quinta-feira, 21 de julho de 2016

TEMPORADA HAVAIANA

Um sonho para qualquer surfista brasileiro

A partir desta postagem começarei a lançar alguns textos meus que publiquei em revistas de surf ao longo destes 30 anos que passei a trabalhar na imprensa brasileira especializada, desde 1986, quando entrei como editor assistente da FLUIR.

TEXTO PUBLICADO NA HARDCORE #152, ABRIL 2002
 QUE COMEMORAVA OS 13 ANOS DE PUBLICAÇÃO DA REVISTA

Os garotos brasileiros começam a sonhar com as ondas havaianas ao ver fotos nas revistas, filmes e ouvir falar da experiência de ir surfar as ondas do Hawaii em contraste gritante de power e tamanho, com nossas ondas brasileiras.

Neste ano a HARDCORE completou 27 e tive o prazer de escrever uma grande matéria histórica para a edição de aniversário de 2016. No início dos anos 2000 eu escrevia mensalmente uma coluna chamada NO TEMPO DO DRAGÃO, vejam a íntegra do texto original para aquela edição:

Coincidentemente com o aniversário da Hardcore, percebi que havia cumprido 13 temporadas havaianas. A essência, após um quarto de século de empreitadas, permanece a mesma.

Quando decidi que o Hawaii era o destino principal para elevar o nível do meu surf, no meio dos anos 70, umas poucas levas de brasileiros haviam frequentado as Ilhas. Ainda naquela década fui por três temporadas seguidas, somando rapidinho meio ano de vivência nas ondas havaianas. Na virada da década uma viagem ao redor do planeta atrás das ondas me levou até o Hawaii novamente. Mal sabia eu que um casamento e o nascimento de uma filha, me prenderiam no Brasil por quase toda década de 80. Em 89, finalmente voltei ao North Shore, desta feita como jornalista de surf, o que me levou para mais uma série de 9 temporadas, com algumas interrupções esporádicas. Principalmente nos anos mais recentes, nos quais a abertura de uma loja me privou de ausentar do país justamente no mês de dezembro, o ápice da temporada e dos campeonatos.

Ao longo destes anos pude sentir o power do Hawaii de duas formas, como um atleta (free surfer), buscando performance e posteriormente como um analista, procurando retratar para leitores, tanto que estiveram no local, como para quem não teve a oportunidade de estar lá, um relato quente, fiel, íntimo e real do que é a adrenalina, os prazeres, temores e terrores de uma estadia nas Ilhas havaianas. Independente do enfoque, mesmo porque para escrever uma boa matéria é necessário estar dentro do mar, para sentir na pele toda pressão do crowd, das ondas e a perícia dos profissionais, o que obviamente fazia com imenso prazer. Aliás, não há nada que se compare com a energia que é passada para você, quando está dentro d’água, comparada a que se recebe ao assistir da areia, ou pior a ainda em vídeos ou revistas, principalmente num mar havaiano.

Como recado aos leitores de minha coluna, e essa é a razão principal de ter retornado por tantas vezes ao Hawaii, deixo o fato consumado de que uma temporada havaiana, por mais fraca e criticada que seja, é uma experiência que todo o surfista que busca conhecer seu verdadeiro limite, deve colocar no topo de sua lista de prioridades. Mesmo que seja caro, economize, persista, pois um belo dia o dólar pode estar em baixa, pode surgir um pacote promocional que permita ir até lá e cada dia, cada onda surfada, por mais difícil que seja, e realmente é difícil pegar ondas boas lá, será lembrada com valor em suas memórias de surf. É importante ter em mente que os mares mais fracos que pintam por lá, às vezes são tão bons como alguns dos melhores dias do ano em sua praia local. Isso sempre foi assim e sempre será. Infelizmente há uma diferença muito grande entre as ondas que quebram aqui no Brasil e as que bombam no Hawaii. O amor pela terra natal nunca terminará, mas uma temporada havaiana é uma temporada havaiana. Eu já estou me coçando em busca da próxima.

REPRODUÇÃO DA PÁGINA DUPLA EM QUE SAIU A MATÉRIA

 NA CAPA DA EDIÇÃO MARCELO TREKINHO
FERNANDO DE NORONHA
FOTO: CLEMENTE COUTINHO

Fernando de Noronha é o nosso Hawaii, mas não há nada que se compare a variedade de ondas que estão disponíveis nas Ilhas Havaianas. Comecei a frequentar o Hawaii em dezembro de 1976. Na temporada 1977\78 tive a sorte de viajar ao lado de um dos gurus da fotografia de surf brasileira, Klaus Mitteldorf, que publicou uma matéria de 10 páginas na ante-penúltima edição da BRASIL SURF em maio de 1978.

ABERTURA DA MATÉRIA “PAULISTAS NO HAWAII", TEXTO E FOTOS DE KLAUS MITTELDORF. ROBI EMMENEGER DE BRAÇOS ABERTOS DESPENCANDO EM HONOLUA BAY. NA FOTO MENOR: EU ESTOU DE CAMISETA LARANJA, COM CARLOS CARBONE AMARRANDO AS PRANCHAS NO RACK, ROBI E ROBERTO TEIXEIRA, SEM CAMISA, HALEIWA SURF CONDOMINIUM
 DETALHE DO TEXTO, AMPLIANDO DÁ PARA LER
UMA DAS FUNÇÕES DESTE BLOG É RESGATAR ESTES REGISTROS
 A SEGUNDA DUPLA DA MATÉRIA TRAZIA HONOMANU BAY
UMA BAÍA MARAVILHOSA PASSANDO POR PEAHI, A CAMINHO DE HANA
NO NORTH SHORE DE MAUI
DETALHE: DO LADO OPOSTO, QUEBRAM ALTAS ESQUERDAS
UMA DUPLA, EM PRETO E BRANCO, SOBRE PIPELINE
NAS ONDAS: FABRÍCIO UCHOA, SURFISTA DE BERTIOGA, QUE HOJE É FAZENDEIRO EM RIBERÃO PRETO. DÔDO VON SYDOW (EM 2 FOTOS), VICE PARA CAULI RODRIGUES EM UBATUBA, DA CAPITAL PAULISTA E HOJE MORA NO HAWAII HÁ QUASE 20 ANOS. NA ÚLTIMA FOTO DA DIREITA PAULINHO TENDAS, UM DOS MAIORES TALENTOS DO GUARUJÁ, UMA DAS GRANDES PERDAS PRECOCES DO SURF BRASILEIRO
 MINHA FOTO PREFERIDA, ATÉ HOJE, É ESTA PÁGINA DUPLA (A MESMA QUE SERVE DE PANO DE FUNDO PARA ESTE BLOG), COM MAIS DOIS INSERTS SURFANDO DE FRONT SIDE COM A LIGHTNING BOLT AMARELA
DE PRANCHA VERMELHA É ROBI EMMENEGER, NOSSO PARCEIRO DA VIAGEM A MAUI. ESTÁVAMOS NA BARCA: ROBI, CARLOS CARBONE, KLAUS E EU
 A ÚLTIMA DUPLA, DE SUNSET BEACH, TRAZIA UMA FOTO MAIOR DE DÔDO E ELE TAMBÉM NA FOTO DO CANTO. A SEQUÊNCIA DE 3 FOTOS DO PAULO TENDAS É EM HALEIWA. E ELE ESTÁ USANDO A MINHA TOM PARRISH AMARELA, UMA DAS 5 MÁGICAS QUE TIVE EM QUASE 50 ANOS DE SURF. FOI ROUBADA EM HALEIWA DO TERRAÇO DO 2º ANDAR, À NOITE

CAPA DA EDIÇÃO EM QUE SAIU A MATÉRIA “PAULISTAS NO HAWAII”
RICO DE SOUZA EM FOTO DE NILTON BARBOSA NA GUARATIBA


Nas próximas postagens do blog estarei trazendo mais textos antigos e também comentando e analisando a história recente do surf brasileiro.

ATÉ BREVE