sábado, 6 de dezembro de 2014

OS BRASILEROS E A TRÍPLICE COROA

Destaques do Brasil em Campeonatos no Hawaii

Em 1976 Pepê Lopes participou da final do Pipeline Masters com seis surfistas. Foi a primeira participação marcante do Brasil nos campeonatos havaianos. A Triple Crown foi inventada em 1983, mas uma série de três campeonatos no Hawaii vem desde 1971, quando surgiu o Pipeline Masters. Os brasileiros nunca venceram a Tríplice Coroa, mas já tiveram flashes de brilhantismo em competições naquelas Ilhas.

PÁGNA DUPLA PUBLICADA NA REVISTA FLUIR DE FEVEREIRO DE 1990 COM A COBERTURA COMPLETA DA TRIPLE CROWN DE 1989 APRESENTADA EM MAIS DE 20 PÁGINAS

Eu estive em três temporadas havaianas dos anos 70, depois de um hiato de 10 anos sem ir ao North Shore, voltei como jornalista para cobrir os eventos e a participação dos surfistas brasileiros na temporada. Fiz questão de que cada um dos atletas que participaram dos campeonatos aparecesse nesta montagem acima. Abaixo a capa da edição.

CARLOS BURLE ERA UMA PROMESSA ENTRE OS JOVENS BRASILEIROS QUE DESPONTAVAM. SUA PERFORMANCE DESTEMIDA EM SUNSET BEACH JÁ ERA UM PRENÚNCIO DE QUE SERIA UM DE NOSSOS SURFISTAS QUE MAIS FICARIA “À VONTADE” NAS ILHAS

Esta foi a primeira temporada havaiana que registrei como jornalista de surf (89\90). Os brasileiros começavam a ganhar o seu espaço. Fábio Gouveia recebeu o prêmio de Rookie of The Year da ASP. Em 1991 ele seria o primeiro brasileiro a vencer uma etapa havaiana e gravar seu nome no troféu da World Cup.
Para nós pairava uma “ilusão”, de que tudo viria rápido: o título mundial; mais vitórias no Hawaii...
Os anos foram passando... A última temporada havaiana que cobri “in loco” foi a de 1998. Já trabalhando para a revista Hardcore trouxe uma reportagem especial, chamada “Alerta Vermelho” que analisava a perspectiva da escassez de novos jovens talentos com potencial para brilhar no Hawaii e no World Tour. Isso se refletiu no início dos anos 2000, quando caímos de 10 a 11 atletas na elite para menos de meia dúzia. Nas arquibancadas de Sunset, nas pedras de Rocky Point e nas areias de Pipeline, colhi uma diversidade de depoimentos que foram costurados para embasar a matéria.


CAPA DA HARDCORE DE MARÇO DE 98, COM YURI SODRÉ EM ROCKY POINT, UM DOS SURFISTAS QUE, COMO CARLOS BURLE ANOS ANTES, FEZ SUA REPUTAÇÃO SURFANDO COM CATEGORIA AS DIFÍCEIS ONDAS DE SUNSET BEACH

Yuri Sodré, local de Guaratiba, foi um de nossos surfistas que galgou a escada até o primeiro escalão do WCT, suas boas performances no Hawaii foram decisivas. Desde Pepê; passando por Roberto Valério; Guilherme Herdy e Renan Rocha que tiveram performances estupendas em Pipeline; Peterson Rosa, Leo Neves e Raoni Monteiro que mostraram autoridade em Sunset; Hemerson Marinho, Bernardo Pigmeu, Jihad Khodr e Alejo Muniz, mais recentemente em Haleiwa. Alejo inclusive vencendo o título de Rookie da Triple Crown, que pode ser ofertado a Lucas Silveira nesta temporada.

Muitos brasileiros já brilharam nas Ilhas Havaianas e não pretendo esgotar a lista aqui. O que posso garantir é que em meu livro “A Grande História do Surf Brasileiro” programado para sair no ano que vem, nenhum nome importante e que marcou história estará ausente.
Nesta mesma edição da Hardcore de Mar/98 no editorial eu trouxe comentários sobre uma outra importante reportagem que fiz para a Hardcore, na qual me dirigi às sedes das principais revistas da Califórnia, em San Clemente, também busquei opiniões de jornalistas havaianos, australianos e sul africanos indagando: Por que o Brasil não tinha espaço nos veículos gringos?


REPRODUÇÃO DO EDITORIAL DESTA MESMA HARDCORE DE MARÇO DE 1998. EM DESTAQUE GUILHERME HERDY NA SEÇÃO SPEED REEF DE GRAJAGAN

A matéria, “Eu Quero a Capa!!” saiu algumas edições antes na Hardcore e retratava nosso reconhecimento (de nossos atletas) pela mídia internacional. Futuramente ainda vou colocar estes textos (antigos) aqui em meu blog.
Hoje estamos em uma situação totalmente diferente e a Brazilian Storm faz com que todos respeitem e admirem os surfistas brasileiros. Nunca chegamos tão perto deste sonhado título mundial. Independente do resultado do Billabong Pipeline Masters e da definição do título mundial de 2014, guardo as expectativas para minha última postagem do ano, quem sabe, com Gabriel Medina nos trazendo esta grande felicidade.

Para finalizar este post uma foto que fiz com meu celular, de uma página do livro PIPELINE MASTERS, mostrando:

PEPÊ LOPES, AO LADO DE GERRY LOPEZ, PERFILADOS MINUTOS ANTES DA FINAL DE 1976

Mais informações sobre a Triple Crown em minha postagem de um ano atrás:

A participação dos brasileiros nos campeonatos havaianos será destacada em diferentes e diversos capítulos do livro A GRANDE HISTÓRIA DO SURF BRASILEIRO, conheça detalhes do projeto clicando no link abaixo:


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