quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

ACONTECEU – Gabriel Medina!!!

Brasil campeão Mundial do WCT da ASP



O ano de 2014 é coroado com o mais importante título da história do surf brasileiro. Participando do Circuito Mundial de Surf Profissional desde sua criação em 1976, com precursores de nosso profissionalismo como Daniel Friedmann e Pepê Lopes, finalmente o surfista de Maresias, Gabriel Medina, consagra-se como o trigésimo nono campeão da história (IPS \ ASP). Agora vamos a era WSL – Liga Mundial de Surf – sob o efeito avassalador da BRAZILIAN STORM.
A porteira foi aberta...



HOMENAGEM DO SITE GLOBO ESPORTE A GABRIEL MEDINA

A ficha demorou a cair, mas vai caindo aos poucos e devemos nos abastecer desta energia para buscar novos sonhos. Com certeza não vamos parar por aqui e outras taças virão...


MEDINA E SEU “HARDWARE” FOTO RETIRADA DO INSTAGRAM

MUITO MAIS FORTES SÃO AS EMOÇÕES DO SURF EM SI E AS PERFORMANCES DENTRO DA ÁGUA.
NÃO ESTAVA NADA FÁCIL AJUSTAR A PRANCHA ÀS SEÇÕES DE PIPELINE NESTE DIA DECISIVO.
ACELERA MEDINA!!!
JOGO DE CORPO PARA MANOBRAR NOS TUBOS INSPIRADO NAS MONOQUILHAS DE SHAUN TOMSON EM 1974,
APLICADO EM FOGUETES MODELO 2014

O título mundial pode abafar um pouco do resto de sua performance, finalizando com a primeira participação de um brasileiro em uma final do Pipe Masters, em uma bateria Homem x Homem. E também a naturalidade com que Gabriel foi chegando até lá, cercado e ao mesmo tempo indiferente a toda a pressão e emoção acopladas a esta jornada.


GABRIEL MEDINA CERCADO PELA TORCIDA BRASILEIRA EM PIPELINE, CALOR HUMANO QUE PROVACO ARREPIO.
QUE O HAVAÍ SEJA AQUI, OU... ALI, ESTAVA O BRASIL 
FOTO EXTRAÍDA DO SITE DO CANAL WOOHOO

Uma das passagens mais “fora da norma” deste dia especial foi a atitude espontânea, doida e iluminada de sair da água depois de abraçar seu amigo e rival, Filipe Toledo, a pessoa que estava mais próxima dele quando o título foi deflagrado pela vitória de Alejo Muniz sobre Mick Fanning, na bateria que se encerrava.
Gabriel remou para a praia, foi carregado pelo público, deu entrevistas até que o repórter da ASP falou: “Você tem uma bateria a surfar, que já está rolando fazem 15 minutos”, Gabriel voltou ao mar com a maior naturalidade, surfou os 10 minutos finais e venceu Filipinho, que talvez estivesse atordoado com toda a situação. ESTRELA de um futuro Pipe Master, que já mostra intimidade com o pico.
Medina deve vencer um (ou mais) Billabong Pipeline Masters no futuro. Para colocar um pouco de pimenta nesta rivalidade que se aquece entre Julian Wilson e Gabriel Medina, acho que a maior dúvida de julgamento pode pairar entre a diferença das ondas iniciais o 9,93 de Wilson e o 10 de Medina. A diferença de 0,07 pontos deveria ser maior e Julian poderia estar em uma situação mais complicada ao final da bateria. De qualquer maneira... O resultado (a decisão final do corpo de jurados) foi de certa forma sensato e talvez até oportuno e coerente. Talvez fosse DEMAIS Gabriel ter tanto em um só dia, tão jovem?
O maior prejudicado pode ter sido Dusty Payne que perdeu a Tríplice Coroa para Julian Wilson. Payne volta à elite e não deve fazer figuração desta vez. Bem como Kolohe Andino, John John, Filipinho, Jordy Smith, Adriano e Ítalo Ferreira (entre outros), jovens rookies e veteranos, que podem ser adversários ferrenhos de Medina na Liga. Julian, que além de ter levado aquela final (ainda + polêmica) em Portugal (2012) e ter colocado Medina para escanteio no evento O'Neill SP Prime de Maresias, no mês passado, mas perdeu para Gabriel no Quiksilver Pro da França em 2011, com certeza será um dos ossos duros de roer.
Gabriel Medina terá uma constelação de novos e outros tarimbados talentos para desafiá-lo, porém agora ele É O CARA A SER BATIDO.


HOMENAGEM RETIRADA DO FACEBOOK DO CANDIDATO AÉCIO NEVES


HOMENAGEM BACANA TAMBÉM FOI FEITA PELO PUBLICITÁRIO MARCELLO SERPA QUE CRIOU UM LOGO GM (QUE JÁ FOI APLICADO EM ALGUMAS DE SUAS PRANCHAS EM 2012) COM UMA MONTAGEM LEVANDO AS CORES DA BANDEIRA NACIONAL.
IMAGEM RETIRADA DO SITE WAVES

O momento é de saborear este troféu, mas sabendo que a conquista vem no rastro de outras belas façanhas de surfistas brasileiros.


GABRIEL MEDINA E O TROFÉU MÁXIMO E ÚLTIMO DA ASP
FOTO RETIRADA DO FACEBOOK DA OAKLEY

Agora virá a era da World Surf League, os brasileiros estão prontos para tomar de assalto os eventos da maior organização do surf mundial. Mas é importante lembrarmos de outros grandes momentos vitoriosos que estarão destacados no livro “A Grande História do Surf Brasileiro”, programado para ser lançado no ano que vem.


CARLOS BURLE, CAMPEÃO DO PRIMEIRO BWWT (CIRCUITO MUNDIAL DE ONDAS GRANDES) NA TEMPORADA 2009\2010.
FOTO SCOTT EGGERS



O TÍTULO MUNDIAL AMADOR DE FABIO GOUVEIA EM PORTO RICO NO ANO DE 1988 FOI O DISPARO QUE ACENDEU A CHAMA QUE: "PODÍAMOS"
REPRODUÇÃO DE PÁGINA DUPLA DO LIVRO DE ALEX GUTENBERG
A HISTÓRIA DO SURF NO BRASIL - 50 ANOS DE AVENTURA
UMA PRODUÇÃO DA EDITORA AZUL \ REVISTA FLUIR LANÇADO EM 1989


Foram 12 anos de 1988, até conseguirmos o título mundial por equipes da ISA (International Surfing Association), que gere o surf mundial amador.
Do lançamento deste livro em 1989, que teve o gancho da vitória de Fabinho, até 2014 passam-se mais 25 anos, para esta grande glória de Gabriel Medina. Um momento bastante oportuno para lançar meu livro.



EM 2000, NA PRAIA DE MARACAÍPE (PE), O BRASIL SAGROU-SE CAMPEÃO DA ISA COM VITÓRIAS DE FABIO SILVA – CAPA DA FLUIR (OPEN), TITA TAVARES (FEMININO), MARCELO FREITAS (LONGBOARD), SÉRGIO PEIXE (KNEEBOARD), GUILHERME TÂMEGA (BB MASCULINO) E KARLA COSTA (BODYBOARD FEMININO). UM FAMOSO “CLEAN SWEEP” – VARREU GERAL

NESTE ANO DE 2000 SÓ PERDEMOS A CATEGORIA JUNIOR PARA O HAVAIANO JOEL CENTEIO NESTES SURF GAMES DA ISA
MAS PEDRO HENRIQUE DEU O TROCO E LEVOU, EM MAKAHA, O MUNDIAL PRO JUNIOR DA ASP



NO SURF FEMININO JAQUELINE SILVA, ACIMA EM WAIMEA BAY E SILVANA LIMA, CHEGARAM AO VICE-CAMPEONATO MUNDIAL DA ASP. AMBAS FORAM CAMPEÃS DO WQS E SILVANA VOLTA AO WCT, COM TUDO, EM 2015
FOTO DO SITE EHLAS.COM.BR


ATÉ ESTA VITÓRIA DE GABRIEL MEDINA - 2014, O TÍTULO MAIS IMPORTANTE DO BRASIL NA ASP HAVIA SIDO A CONQUISTA DE PHIL RAJZMAN, CAMPEÃO MUNDIAL DE LONGBOARD DA ASP, NA FRANÇA, EM 2007
REPRODUÇÃO DA COLUNA PÉ NO BICO DE JAIME VIÚDES NA REVISTA HARDCORE

A supremacia brasileira nos eventos PRO JUNIOR da ASP será o tema de uma futura postagem deste blog (e também do livro), reverenciando surfistas como Pedro Henrique (2000), Adriano de Souza (2003), Pablo Paulino (2004 e 2007), Caio Ibelli (2011) e Gabriel Medina (2013). Aguardem... 

Ficamos por aqui saudando o incomparável feito de Gabriel Medina em 2014. 



IMAGEM RETIRADA DO SITE SURF GURU

E lembrando que nesta temporada, além do título maior de Gabriel, Silvana Lima foi campeão do WQS 2014 e Filipe Toledo deixou todos para trás no disputado WQS masculino da ASP, ambos com largas margens. E o potiguar Ítalo Ferreira foi vice mundial no PRO JUNIOR da ASP em Portugal e campeão NACIONAL da Abrasp. Estará no WCT da Liga Mundial de Surf em 2015, ao lado de Wiggolly Dantas, outra novidade do Brasil.

Mãos à obra!


Conheça detalhes do projeto no site: http://www.hsurfbr.com.br/


CAPA DA REVISTA \ LIVRO LANÇADO PELA EDITORA AZUL EM 1989
PROJETO GRÁFICO DE FERNANDO MESQUITA PARA A CAPA DO LIVRO A SER LANÇADO EM 2015
EDITORA AINDA NÃO DEFINIDA
(em processo de pesquisa e redação)

sábado, 6 de dezembro de 2014

OS BRASILEROS E A TRÍPLICE COROA

Destaques do Brasil em Campeonatos no Hawaii

Em 1976 Pepê Lopes participou da final do Pipeline Masters com seis surfistas. Foi a primeira participação marcante do Brasil nos campeonatos havaianos. A Triple Crown foi inventada em 1983, mas uma série de três campeonatos no Hawaii vem desde 1971, quando surgiu o Pipeline Masters. Os brasileiros nunca venceram a Tríplice Coroa, mas já tiveram flashes de brilhantismo em competições naquelas Ilhas.

PÁGNA DUPLA PUBLICADA NA REVISTA FLUIR DE FEVEREIRO DE 1990 COM A COBERTURA COMPLETA DA TRIPLE CROWN DE 1989 APRESENTADA EM MAIS DE 20 PÁGINAS

Eu estive em três temporadas havaianas dos anos 70, depois de um hiato de 10 anos sem ir ao North Shore, voltei como jornalista para cobrir os eventos e a participação dos surfistas brasileiros na temporada. Fiz questão de que cada um dos atletas que participaram dos campeonatos aparecesse nesta montagem acima. Abaixo a capa da edição.

CARLOS BURLE ERA UMA PROMESSA ENTRE OS JOVENS BRASILEIROS QUE DESPONTAVAM. SUA PERFORMANCE DESTEMIDA EM SUNSET BEACH JÁ ERA UM PRENÚNCIO DE QUE SERIA UM DE NOSSOS SURFISTAS QUE MAIS FICARIA “À VONTADE” NAS ILHAS

Esta foi a primeira temporada havaiana que registrei como jornalista de surf (89\90). Os brasileiros começavam a ganhar o seu espaço. Fábio Gouveia recebeu o prêmio de Rookie of The Year da ASP. Em 1991 ele seria o primeiro brasileiro a vencer uma etapa havaiana e gravar seu nome no troféu da World Cup.
Para nós pairava uma “ilusão”, de que tudo viria rápido: o título mundial; mais vitórias no Hawaii...
Os anos foram passando... A última temporada havaiana que cobri “in loco” foi a de 1998. Já trabalhando para a revista Hardcore trouxe uma reportagem especial, chamada “Alerta Vermelho” que analisava a perspectiva da escassez de novos jovens talentos com potencial para brilhar no Hawaii e no World Tour. Isso se refletiu no início dos anos 2000, quando caímos de 10 a 11 atletas na elite para menos de meia dúzia. Nas arquibancadas de Sunset, nas pedras de Rocky Point e nas areias de Pipeline, colhi uma diversidade de depoimentos que foram costurados para embasar a matéria.


CAPA DA HARDCORE DE MARÇO DE 98, COM YURI SODRÉ EM ROCKY POINT, UM DOS SURFISTAS QUE, COMO CARLOS BURLE ANOS ANTES, FEZ SUA REPUTAÇÃO SURFANDO COM CATEGORIA AS DIFÍCEIS ONDAS DE SUNSET BEACH

Yuri Sodré, local de Guaratiba, foi um de nossos surfistas que galgou a escada até o primeiro escalão do WCT, suas boas performances no Hawaii foram decisivas. Desde Pepê; passando por Roberto Valério; Guilherme Herdy e Renan Rocha que tiveram performances estupendas em Pipeline; Peterson Rosa, Leo Neves e Raoni Monteiro que mostraram autoridade em Sunset; Hemerson Marinho, Bernardo Pigmeu, Jihad Khodr e Alejo Muniz, mais recentemente em Haleiwa. Alejo inclusive vencendo o título de Rookie da Triple Crown, que pode ser ofertado a Lucas Silveira nesta temporada.

Muitos brasileiros já brilharam nas Ilhas Havaianas e não pretendo esgotar a lista aqui. O que posso garantir é que em meu livro “A Grande História do Surf Brasileiro” programado para sair no ano que vem, nenhum nome importante e que marcou história estará ausente.
Nesta mesma edição da Hardcore de Mar/98 no editorial eu trouxe comentários sobre uma outra importante reportagem que fiz para a Hardcore, na qual me dirigi às sedes das principais revistas da Califórnia, em San Clemente, também busquei opiniões de jornalistas havaianos, australianos e sul africanos indagando: Por que o Brasil não tinha espaço nos veículos gringos?


REPRODUÇÃO DO EDITORIAL DESTA MESMA HARDCORE DE MARÇO DE 1998. EM DESTAQUE GUILHERME HERDY NA SEÇÃO SPEED REEF DE GRAJAGAN

A matéria, “Eu Quero a Capa!!” saiu algumas edições antes na Hardcore e retratava nosso reconhecimento (de nossos atletas) pela mídia internacional. Futuramente ainda vou colocar estes textos (antigos) aqui em meu blog.
Hoje estamos em uma situação totalmente diferente e a Brazilian Storm faz com que todos respeitem e admirem os surfistas brasileiros. Nunca chegamos tão perto deste sonhado título mundial. Independente do resultado do Billabong Pipeline Masters e da definição do título mundial de 2014, guardo as expectativas para minha última postagem do ano, quem sabe, com Gabriel Medina nos trazendo esta grande felicidade.

Para finalizar este post uma foto que fiz com meu celular, de uma página do livro PIPELINE MASTERS, mostrando:

PEPÊ LOPES, AO LADO DE GERRY LOPEZ, PERFILADOS MINUTOS ANTES DA FINAL DE 1976

Mais informações sobre a Triple Crown em minha postagem de um ano atrás:

A participação dos brasileiros nos campeonatos havaianos será destacada em diferentes e diversos capítulos do livro A GRANDE HISTÓRIA DO SURF BRASILEIRO, conheça detalhes do projeto clicando no link abaixo: