quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O SURF E OS GRANDES PATROCINADORES

Ciclos vem como as ondas do mar

Marcas de grande poderio de publicidade flertaram com o esporte surf desde o início do profissionalismo, ainda nos anos 70. A vodka Smirnoff foi um dos grandes patrocinadores dos eventos havaianos, mesmo antes da formação de um circuito mundial.


 ANÚNCIO PUBLICADO EM UMA DAS ÚLTIMAS EDIÇÕES DA BRASIL SURF
FINAL DE 1977
OTÁVIO PACHECO TINHA O PATROCÍNIO DO GUARANÁ ANTARCTICA

O Brasil foi um dos países que trouxe para o surf uma primeira onda de grandes patrocinadores para os atletas profissionais. Otávio estava com a Antarctica; Daniel Friedmann tinha patrocínio da Brahma; Cauli da Rádio Cidade; Pepê do Jornal do Brasil; Ian Robert fez pranchas roxas com o logo dos perfumes Rastro; Bocão trazia a marca da Gledson em suas pranchas. Chegamos a ter um time de profissionais patrocinados por marcas exógenas ao surf, ANTES e de forma mais contundente, que australianos e norte-americanos.
Hoje Gabriel Medina é patrocinado pelo Guaraná Antarctica, além de outras marcas de “fora” do surf. A austríaca Red Bull, paga bons salários e exige o boné nas entrevistas de diversos atletas. A rede de hipermercados Target vai patrocinar a etapa decisiva do surf feminino em Maui, Hawaii, mas nem sempre a equação de patrocínio no surf foi dessa forma.


NA SEGUNDA FEIRA, APÓS A APURAÇÃO DO SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES, A CAPA DO PORTAL MSN (MICROSOFT), TRAZIA UM BANNER DA GILLETTE COM “NOSSO” MEDINA COMO GAROTO PROPAGANDA


Todo o processo de relação com os patrocinadores será tratado no livro “A GRANDE HISTÓRIA DO SURF BRASILEIRO”, que está programado para ser lançado em 2017.

Durante muitos anos o crescimento do surf foi alicerçado pelas empresas de surfwear originais do mercado, que nasceram dentro do esporte.


O MUNDIAL PRO JUNIOR CRESCEU NA ASP COM O PATROCÍNIO DA BILLABONG
A PENÚLTIMA EDIÇÃO FOI REALIZADA NA PRAIA DA JOAQUINA E TINHA O RESPALDO DA MARCA HD
A MARCA INTERNACIONAL DE SEGUROS ALLIANZ LEVOU JOVENS SURFISTAS PORTUGUESES PARA PRODUZIR UM ANÚNCIO EM MUNIQUE, SURFAR UM RIO DA REGIÃO E DESFILAR COM SUAS PRANCHAS EM FRENTE À EMBLEMÁTICA 
ALLIANZ ARENA.

Nenhuma marca de surfwear estava atrelada ao patrocínio do ASP World Junior Championship de 2014.

Governos estaduais e municipais têm marcado presença em diversos eventos. Um exemplo recente e marcante é a percepção do governo português e de algumas prefeituras lusas, secretarias de turismo, de formar esta impressionante perna do tour, com eventos Prime em Açores (Sata Airlines) e Cascais (com a Billabong), o já tradicional WCT de Peniche em conjunto com a Rip Curl, mas tendo o maior aporte da empresa de telefonia Moche, culminando com o Pro Junior em Ericeira, que tinha o "naming rights" da seguradora Allianz. Foi criada até uma premiação especial – Cascais Trophy – tipo uma Tríplice Coroa Portuguesa. Altos investimentos governamentais. No Brasil isto também vem ocorrendo.

O Guaraná Antarctica além de estar ao lado de Gabriel Medina, na sua prancha, em seus fones de ouvido nas concentrações pré-bateria, também está investindo forte no evento O’Neill SP Prime, que finaliza a perna brasileira de 2014 na próxima semana.


Os aspectos em que o esporte se respaldou para se transformar em um dos mais praticados no mundo, bem estruturado e também forte no Brasil, será analisado com profundidade e sobre diversos prismas no livro.

Conheça detalhes do projeto no site: http://www.hsurfbr.com.br/


terça-feira, 21 de outubro de 2014

HOMENAGEM A PAULO PROENÇA

Conhecido como Ratão, deixou sua marca no surf

Mais um grande personagem da história do surf brasileiro nos deixa de forma trágica no Rio, ao ser atropelado quando andava de bicicleta. Deixo aqui pequenos registros de sua jornada cheia de folclore e ondas surfadas com arrojo.


 ABERTURA DE MATÉRIA PUBLICADA NA REVISTA HARDCORE DE MAIO DE 1994
O TEXTO ERA ASSINADO POR FEDOCA, QUE PRODUZIU A FOTO DE ABERTURA

O perfil Hardcore Faces tomava 6 páginas da edição e trazia uma entrevista com Paulo Proença. Fedoca traz algumas histórias e destaca na introdução do texto que, ao saberem que a matéria ia ser publicada, muitos amigos disseram: “Não deixa ele contar aquela!...”
Antes de começar a surfar com pranchas de madeirite e de fibra, ainda nos anos 60, Proença conta que ele e seu irmão Zeca e também o irmão mais velho de Cauli, usavam pranchas de isopor com uma quilha feita com pedaços de discos de vinil.
Tive a oportunidade de fazer um BOX (fundo amarelo abaixo) com episódios que caracterizavam bem sua personalidade. Isso foi escrito há 20 anos.


UMA DAS PÁGINAS DA HARDCORE DE NÚMERO 57 – MAIO DE 1994
(CLIQUEM E AMPLIEM QUE É POSSÍVEL LER)


Um dos maiores amigos e parceiros de Paulo “Ratão” Proença, foi Otavio “Targão” Pacheco. Em entrevista que fiz com Otavio (no ano passado para meu livro sobre a história do surf brasileiro) ele conta detalhes desta viagem na Kombi do amigo Xuxa, em que eles partiram do Brasil para a Califórnia, mas que ao obterem a fórmula das parafinas WaxMate, no Peru, voltaram para o Brasil e começaram a produção. Uma aventura vivida por “brothers” do surf.


OTAVIO PACHECO COM POSTER DA FOTO FEITA POR FEDOCA NO INÍCIO DOS ANOS 90 E ASSINADO PELOS AMIGOS DE PROENÇA (1954 \ 2014) NA CERIMÔNIA REALIZADA NO ARPOADOR

Paulo Gomes Proença foi protagonista também de 2 capas das 19 edições da revista Brasil Surf. O mais curioso disso foi que elas foram seguidas e ambas em Pipeline. Ratão foi um dos responsáveis para que o apelido BRAZILIAN NUTS fosse criado pelos gringos. Éramos um pequeno grupo que começava a invadir o North Shore e Paulo era um dos personagens mais coloridos e fissurados por surf daquela turma. Chegou até a receber uma bermuda preta da Quiksilver dos originais Black Trunks havaianos, quando foi formado o clube Da Hui.



CAPAS DA DÉCIMA E DA DÉCIMA PRIMEIRA EDIÇÃO DA BRASIL SURF
CAPTADAS NA TEMPORADA HAVAIANA 76\77
AMBAS AS IMAGENS SÃO DO LENDÁRIO FOTÓGRAFO LEROY GRANNIS

Umas das imagens mais icônicas de Paulo Proença foi clicada por Fernando Mendonça Lima, o Fedoca, que além de ser um dos fotógrafos que fez mais imagens da tribo do surf no início dos anos 70 e principalmente daquela geração do Píer de Ipanema, era também um grande surfista. Tenho arquivada uma bela entrevista com Fedoca e em breve estarei colocando trechos dela aqui no BLOG e também no livro. 



ESTA FOTO DE PAULO PROENÇA EM IPANEMA É UM RETRATO ICONOGRÁFICO DO QUE ERA A TRIBO DOS SURFISTAS NO INÍCIO DOS ANOS 70.
FOTO: FEDOCA

Ratão representava o espírito “underground”, amarradão (stoked), dos surfistas que viviam em função das ondas, de bem com a vida. Seu surf lapidado nas ondas do Píer e de Saquarema fez com que ele fosse um dos mais atirados brasileiros no Hawaii. Deixa saudades e lembranças marcantes de suas atitudes e seu surf intrépido.

O livro “A GRANDE HISTÓRIA DO SURF BRASILEIRO”, está programado para ser lançado em 2015 e retratará muitas facetas e personalidades do mundo do surf.

Conheça detalhes, no site: http://www.hsurfbr.com.br/

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A RAINHA DA COSTA

Prime Time para Maresias

Sempre considerei a praia de Maresias a "Rainha da Costa" no Litoral Norte de São Paulo. Quando as ondas ficam clássicas ali é um dos mais belos espetáculos do surf brasileiro. Um dia de tubos perfeitos, com a formação de triângulos entrando por toda a praia, é inesquecível para um surfista.
A PRAIA SOFREU TRANSFORMAÇÕES PROFUNDAS NOS ÚLTIMOS 50 ANOS.
AS ONDAS CONTINUAM MARAVIHOSAS NAQUELES "SELECIONADOS" DIAS DO ANO. 

No início de novembro muitos dos melhores surfistas do mundo estarão presentes para o evento O'Neill SP Prime. Mais uma página na história do surf brasileiro, mundial, de Maresias, será escrita. 

Tomara que as ondas venham "daquele" jeito. A primavera sempre apresenta grandes momentos de surf no litoral de São Sebastião. 


ACIMA E ABAIXO
FOTOS: BRUNO ALVES
ANOS 80