terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

BRASIL SURF

A revista que inspirou os surfistas dos anos 70

A revista Brasil Surf teve 19 edições publicadas de 1975 até 1978.
Antes dela os poucos adeptos do esporte se respaldavam nas importadas dos EUA, Surfer Magazine e International Surfing, encontradas em bancas como as dos aeroportos do Rio e Sampa.


Uma revista brasileira possibilitou o nascimento do mercado (além das pranchas), o entendimento dos conceitos de forma mais ampla e conseguiu expressar o “felling” do esporte na linguagem de quem entendia do riscado. Por mais que o surf crescesse nos anos 70, ainda era uma atividade de nicho. Uma tribo que cuidava de si própria. Juvêncio Dias, Alberto Pecegueiro, e Flavio Dias tocaram heroicamente o projeto por quase quatro anos.

Conforme estou desenvolvendo o Projeto de Pesquisa para a concretização do livro “A Grande História do Surf Brasileiro” efetuo uma série de entrevistas e consultas à minha coleção de revistas. Nesta postagem decidi deixar disponíveis para registro e até para que possam ser copiadas e divulgadas (via web), as capas de todas as edições da saudosa Brasil Surf. Além das capas trago uma curiosidade sobre cada uma destas 19 edições.

Reparem que em algumas edições até o nome do surfista da capa não constava. Conto com os navegantes deste blog para reparar eventuais lacunas de informação. Destaco que estas imagens foram “scaneadas” através de uma impressora HP comum. Para as imagens a serem utilizadas no livro, o projeto prevê a locação de um scanner profissional, que comporte até uma revista Manchete, ou O Cruzeiro, aberta em página dupla, ou recortes grandes de jornal.

Vamos ao passeio ilustrado.

EDIÇÃO ANO 1 – N.º 1   ABR/MAI 75

CAPA: CLÁUDIO BENTO RIBEIRO
FOTÓGRAFO: “FREDDY” ALEXANDRE KOESTER
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Nesta edição saiu publicada a lista de convidados para o primeiro Campeonato de Saquarema. A legenda da capa dizia apenas “Tomada no Arpoador”; vim a descobrir qual era o surfista da capa apenas recentemente em matéria do site BSC (Brazilian Surf Channel) > http://braziliansurfchannel.com/site/2011/10/o-numero-1-da-capa-da-revista-brasil-surf/


EDIÇÃO ANO 1 – N.º 2   JUL/AGO 75

CAPA: GRANFINO – POSTO 5, COPACABANA
FOTÓGRAFO: HENRIQUE GUALBERTO
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Claudio Guanabara (Granfino), que acabara de falecer em um acidente de carro, é homenageado na edição.

EDIÇÃO ANO 1 – N.º 3   SET/OUT 75


CAPA: FEDOCA - ARPOADOR
FOTÓGRAFO: ROGÉRIO EHRLICH
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Com o término do Píer a expectativa era com relação ao retorno das clássicas ondas do Arpoador.

EDIÇÃO ANO 1 – N.º 4   NOV/DEZ 75

CAPA: OTAVIO PACHECO – ITAÚNA, SAQUAREMA
FOTÓGRAFO: MÚCIO SCORZELLI
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Explosão Surfográfica, a preocupação com o crowd já era tratada em matéria não assinada.

EDIÇÃO ANO 1 – N.º 5   JAN/FEV 76

CAPA: MOSAICO DE FOTOS
FOTÓGRAFOS: SEM CRÉDITOS
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Teoria Ondulacional - uma matéria extensa, com preocupação didática.

EDIÇÃO ANO 1 – N.º 6   MAR/ABR 76

CAPA: PEPÊ LOPES EM MONTAGEM COM PÔR DE SOL
FOTÓGRAFO: ROGÉRIO EHRLICH
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Fedoca traz as ondas do Peru, com direito a mapa de Punta Hermosa, a primeira Meca atacada pelos brasileiros, fora do Brasil.

EDIÇÃO ANO 2 – N.º 1   JUL/AGO 76


CAPA: DANIEL FRIEDMANN - SAQUAREMA
FOTÓGRAFO: NÃO HÁ CRÉDITO
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Saquarema, Uluwatu e São Pedro. Um cardápio variado para um ano viajante, em busca de ondas perfeitas e de estruturação do surf profissional.

EDIÇÃO ANO 2 – N.º 2   SET/OUT 76

CAPA: BRUZY - ITAMAMBUCA
FOTÓGRAFO: KLAUS MITTELDORF
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Cobertura do Internacional do Rio (ainda não era Waimea 5000), primeira vitória brasileira na IPS – Pepê.

EDIÇÃO ANO 2 – N.º 3   NOV/DEZ 76


CAPA: JEAN NOEL - RIO
FOTÓGRAFO: JUCA COLAGROSSI
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Entra a Rede Globo - Programa Esporte Espetacular, como anunciante da página 3 da revista.

EDIÇÃO ANO 2 – N.º 4   JAN/FEV 77

CAPA: PAULO PROENÇA - PIPELINE
FOTÓGRAFO: LEROY GRANNIS
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Hawaii é o foco e Paulo Proença, o Ratão, vai emplacar duas capas seguidas da Brasil Surf.

EDIÇÃO ANO 2 – N.º 5   MAI/JUN 77

CAPA: PAULO PROENÇA - PIPELINE
FOTÓGRAFO: LEROY GRANNIS
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Uma viagem ao SUL, dez páginas com ondas e campeonatos fora do eixo Rio-SP.

EDIÇÃO ANO 2 – N.º 6   JUL/AGO 77

CAPA: TICO CAVALCANTI - RIO
FOTÓGRAFO: NILTON BARBOSA
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Saquarema 77, as ondas não faltam. Perfil do Pipe Master – Pepê Lopes, por Ricardo Bravo.

EDIÇÃO ANO 3 – N.º 1   SET/OUT 77

CAPA: OTAVIO PACHECO - PIPELINE
FOTÓGRAFO: JEFF DIVINE
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Alberto Pecegueiro assina a cobertura do Waimea 5000 de 1977 e traça o cenário do surf profissional.

EDIÇÃO ANO 3 – N.º 2   NOV/DEZ 77

CAPA: CAULI RODRIGUES – ITAÚNA, SAQUAREMA
FOTÓGRAFO: NILTON BARBOSA
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Cauli na capa e em entrevista interna, despontava uma nova estrela no surf brasileiro.

EDIÇÃO ANO 3 – N.º 3   JAN/FEV 78

CAPA: DANIEL FRIEDMANN – QUEBRA-MAR, BARRA
FOTÓGRAFO: NILTON BARBOSA
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Ceará, por Betinho Lustosa, a perfeição das ondas de Imbinhoara gerava a vontade de viajar pelo Brasil.

EDIÇÃO ANO 3 – N.º 4   ABR/MAI 78

CAPA: PEPÊ LOPES – QUEBRA-MAR, BARRA
FOTÓGRAFO: NILTON BARBOSA
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Uma reportagem sobre o filme “Nas Ondas do Surf”, que estava estreando no circuito de cinemas. Pioneirismo.

EDIÇÃO ANO 3 – N.º 5   MAI/JUN 78

CAPA: RICO DE SOUZA - GUARATIBA
FOTÓGRAFO: NILTON BARBOSA
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: “Paulistas no Hawaii”, com texto e fotos de Klaus Mitteldorf. Era raro a Brasil Surf abrir tanto espaço para os surfistas de São Paulo.

EDIÇÃO ANO 3 – N.º 6   JUL/AGO 78


CAPA: CAULI / IANZINHO MARTINS / CAULI – ITAÚNA, SAQUAREMA
FOTÓGRAFO: NILTON BARBOSA
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: “Os Patrocinados”, com Rico e Daniel Friedmann, último texto de Alberto Pecegueiro. O surf estava em transformação.

EDIÇÃO ANO 4 – N.º 1   SEM MÊS de capa - inclui CALENDÁRIO 1979 – F I M


CAPA: DURVAL, PEPINO
FOTÓGRAFO: TUNICO DE BIASE
Matéria em DESTAQUE / curiosidade: Waimea 5000 de 1978, com texto de cobertura de Ricardo Bocão. A revista não traz o mês na capa (uma tradição); o nome de Alberto Pecegueiro já não está no expediente.

Para meu trabalho de compilar os dados históricos da jornada do surf brasileiro temos uma lacuna (em termos de revistas) do final de 1978, até 1980, quando saiu a Visual Esportivo – ANO I – NÚMERO I – SETEMBRO/OUTUBRO 80, sob o comando de Jaques Nery e dos irmãos Nilson e Nilton Barbosa.
A Visual vinha com um conceito diferente, abordando quatro esportes: surf; asa delta; skate; e windsurf. A verdadeira explosão do surf no Brasil veio do meio para o final dos anos 80 e principalmente na década de 90. Em 1983 surgiram a Fluir (SP) e a Inside (SC), a própria Visual Esportivo acabou criando um filhote, a Visual Surf. A Surfer foi publicada em português no final dos anos 80. Uma fase áurea da mídia do surf brasileira. Os principais Estados “surf” tinham uma ou mais publicações especializadas no início dos anos 90.
Tudo começou com a Brasil Surf.
Todo este processo e a história do mercado será retratada no livro “A Grande História do Surf Brasileiro”.

Conheçam detalhes no site: http://www.hsurfbr.com.br/


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

HISTÓRIA SENDO ESCRITA

Dia de surf memorável para o Brasil em Pipeline

Ao receber por e-mail esta foto de meu amigo Bernie Baker (hoje) não pude resistir. Acompanhei todas as baterias que consegui do Volcom Pipe Pro 2014. Um evento que já começa a criar tradição e tem como campeões JOB (Jamie O'Brien), o também local de Pipeline John John John - isso mesmo 3 vezes John Florence, campeão em 2011\12\13 e agora Kelly Slater. O fato de ser um evento do WQS, aberto a todos os locais, torna ainda mais marcante a façanha brasileira e mostra que estamos no caminho mais do que certo.

NO PÓDIO ADRIANO DE SOUZA (4º), MASON HO (3º), COM WIGGOLLY DANTAS EM VICE,
AO LADO DA LENDA KS, QUE ADICIONA UM TÍTULO QUE FALTAVA EM SUA GALERIA
FOTO: BERNIE BAKER

O que eu mais gostaria de ressaltar para fechar esta breve postagem é o fato inusitado de termos 2 (dois) brasileiros no pódio de um evento havaiano. Gui Gui tem investido "tempo" surfando Pipeline, ombro a ombro com o crowd, que às vezes passa de 100, rondando o pico. Adriano é obstinado por performance - estratégia = COMPETIÇÃO e tem como foco principal um título mundial. Treinar em Pipe é imperioso. E seguir em baterias até uma final é um grande passo. Adriano teve de abrir mão (para não cometer interferência) de uma direita para o Backdoor. Dantas, melhor colocado, foi na esquerda. Souza estava posicionado para dropar por detrás do pico e segundo o próprio Kelly na entrevista após o evento: "A onda era um 10". Somado ao 8 alto que Mineiro pegou nos instantes finais??? O resultado do evento poderia ter sido outro.

As ondas estavam de bom tamanho e desafiadoras. Gui Gui e Mineiro engrossam o caldo de outros finalistas como Pepê Lopes, Fabio Gouveia, Renan Rocha, Guilherme Herdy, Raoni, Leo Neves, Medina, Alejo, Jihad, Pig, Tita, Silvana, Jaqueline, Rodrigo Resende, Peterson Rosa, Roberto Valério, Rico e Fabio Pacheco, que venceu o 1st Brazilian Nuts Invitational, em Pipeline, entre outros brasileiros... Que já brilharam em eventos no Hawaii.

UM BREVE REGISTRO DA HISTÓRIA